O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia, na próxima segunda-feira (9/6), uma etapa crucial das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu círculo próximo. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, determinou que os interrogatórios sejam realizados presencialmente na sala de audiências da 1ª Turma do STF, com exceção de Walter Braga Netto, que será ouvido por videoconferência, pois está preso preventivamente no Rio de Janeiro.
O primeiro a depor será Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, envolvido em diversos episódios polêmicos durante o governo. Em seguida, será a vez de nomes de peso do antigo alto escalão do Planalto: além de Bolsonaro e Braga Netto, também prestarão depoimento Augusto Heleno (ex-GSI), Almir Garnier (ex-Marinha), Anderson Torres (ex-Justiça), Alexandre Ramagem (ex-Abin) e Paulo Sérgio Nogueira (ex-Defesa).
As sessões estão previstas para ocorrer das 14h às 20h, com possibilidade de prorrogação caso necessário. No entanto, os réus poderão exercer o direito ao silêncio, estratégia jurídica comum em casos de grande repercussão para evitar autoincriminação.
Antes dessa fase, o STF já havia colhido depoimentos de 52 testemunhas de acusação e defesa. Entre elas, destaca-se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ex-ministro de Bolsonaro, que depôs em favor do ex-chefe do Executivo.
Esse novo capítulo no inquérito promete movimentar o cenário político nacional e reacender debates sobre os bastidores do poder durante o governo Bolsonaro. O país agora volta os olhos para o Supremo, onde o futuro político de figuras centrais da direita brasileira pode ser selado.