Na tarde desta terça-feira (3/06), o Parque São Jorge, sede do Corinthians, foi palco de uma invasão histórica protagonizada por seis das maiores torcidas organizadas do clube: Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra. O ato, que ocorreu de forma pacífica, foi uma resposta direta à crise política que assola o clube e à tentativa do presidente afastado, Augusto Melo, de retomar o poder por meio de uma manobra considerada “golpista” pelo presidente interino Osmar Stábile.
Os torcedores exigem mudanças drásticas e imediatas na estrutura política do Corinthians. Entre as reivindicações principais estão o direito ao voto para os sócios do programa Fiel Torcedor, alteração no estatuto do clube, e a punição de ex-dirigentes que deixaram dívidas milionárias. A revolta também mira o grupo político “Renovação e Transparência”, liderado por Andrés Sanchez, acusado de ter mergulhado o clube em dívidas e escândalos.
Em uma nota pública, as organizadas afirmaram que o protesto é um “ato de resistência contra o sistema político que prejudica o Corinthians há décadas”, e prometeram não sair da sede até que suas exigências sejam ouvidas. A manifestação denuncia ainda a elitização do clube, a omissão do Conselho Deliberativo e o que chamam de “sequestro” do Corinthians por famílias e empresários que não representam a verdadeira torcida.
A ação escancara o abismo entre a diretoria e a base popular que sustenta o clube há mais de um século. Com palavras de ordem fortes como “O Corinthians sangra há anos nas mãos de gestões incompetentes” e “A revolução corinthiana começa agora”, os torcedores deixam claro que não aceitarão mais promessas vazias nem o retorno de velhas práticas.
O grito da Fiel ecoa alto: o Corinthians é do povo — e o povo decidiu tomar as rédeas do seu destino.