O relatório final da senadora Soraya Thronicke, relatora da CPI das Apostas Esportivas, abalou o mundo das celebridades e dos negócios digitais ao recomendar o indiciamento de 16 pessoas envolvidas em esquemas ilegais ligados ao universo das bets. Entre os nomes mais conhecidos estão as influenciadoras Virginia Fonseca e Deolane Bezerra, acusadas de promover apostas com simulações irreais e induzir seguidores ao erro, podendo responder por estelionato e publicidade enganosa.
A lista inclui ainda figuras como Adélia Soares (ex-BBB) e o empresário Daniel Pardim, suspeitos de integrar um esquema internacional de apostas ilegais, além de membros da casa de apostas ZeroUm, acusados de operar jogos clandestinos e formar organização criminosa. A empresa OIG Gaming e seus operadores também foram citados por ocultação de origem de recursos.
Um dos nomes mais intrigantes é Marcus Vinicius Freire de Lima e Silva, apontado como o cérebro por trás de uma rede de empresas usadas para dissimular lucros de apostas ilegais — sendo o investigado com mais crimes atribuídos no relatório. Jorge Barbosa Dias, dono da MarjoSports, e Bruno Viana Rodrigues, da Brax Produção e Publicidade, também figuram na lista, por suspeitas de movimentações financeiras atípicas e envolvimento na manipulação de resultados.
A empresa Paybrokers é acusada de facilitar remessas internacionais de dinheiro obtido em apostas ilegais, levantando suspeitas sobre sua atuação no fluxo financeiro do setor.
Além das acusações, Soraya propôs medidas legislativas para restringir o funcionamento das bets, como a proibição de apostas por pessoas inscritas no CadÚnico e limitação de horários de operação. Segundo a senadora, o mercado pode ter movimentado até R$ 129 bilhões em 2024, com grande parte dos valores vindo de famílias de baixa renda, o que levanta um alerta social sobre a exploração de vulneráveis.
O relatório promete desdobramentos explosivos e pode mudar radicalmente a forma como o setor de apostas online opera no Brasil.