O deputado estadual Lucas Bove (PL) reacendeu a polêmica com sua ex-esposa, a influenciadora digital e professora de português Cíntia Chagas, ao entrar com uma nova ação judicial contra ela no último dia 10 de junho. O parlamentar solicitou que a ex-companheira seja proibida de publicar qualquer conteúdo nas redes sociais relacionado à violência doméstica. Além disso, pediu sua prisão preventiva, alegando que Cíntia teria desrespeitado uma decisão judicial anterior que impunha sigilo sobre os detalhes da separação, oficializada em agosto de 2024.
O estopim para o novo processo teria sido um vídeo publicado por Cíntia no Instagram, no qual ela narra, em terceira pessoa, situações de violência doméstica vividas por “mulheres independentes”. A defesa de Bove considerou esse conteúdo uma violação da medida judicial.
Em resposta, as advogadas de Cíntia classificaram o pedido de prisão como exagerado e baseado em uma “mera publicação genérica”. Elas argumentam que o conteúdo não menciona diretamente o deputado e anexaram ao processo provas de que o próprio Bove já se pronunciou publicamente sobre o assunto, o que, segundo elas, enfraquece a alegação de quebra de sigilo.
Essa não é a primeira tentativa do parlamentar de conter manifestações da ex-esposa. Em maio, a Justiça já havia negado um pedido semelhante, por falta de provas concretas de descumprimento de medidas cautelares. À época, a juíza responsável afirmou que não havia elementos suficientes para justificar a prisão.
O relacionamento entre Bove e Cíntia terminou de forma turbulenta, com a influenciadora denunciando episódios de agressões físicas e psicológicas. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, dividindo opiniões e reacendendo debates sobre violência doméstica, liberdade de expressão e uso do sistema judicial em disputas pessoais.
A defesa de Bove, por sua vez, afirma que não pediu diretamente a prisão preventiva, mas sim a abertura de inquérito para apurar possível desobediência judicial. Ainda assim, o episódio levanta dúvidas sobre os limites entre o direito à privacidade e o direito de denúncia em casos de violência.