O vereador Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou duramente a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), de suspender as sessões nas comissões durante o recesso parlamentar. A medida gerou revolta entre parlamentares da oposição, que acusam Motta de tentar silenciar suas articulações políticas.
Segundo a deputada Júlia Zanatta (PL-SC), além de cancelar as reuniões, Motta teria ordenado o desligamento do ar-condicionado do prédio, justamente quando as comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores se preparavam para se reunir. A alegação oficial para a suspensão foi a realização de reformas nas dependências da Casa, e Motta negou ter mandado cortar a climatização.
Jair Renan reagiu com indignação nas redes sociais, afirmando que a oposição não será calada. “O cara acha que a direita é mimizenta. Faça sol ou faça chuva, nós vamos trabalhar”, escreveu. O objetivo das reuniões seria aprovar moções de apoio a Jair Bolsonaro, que enfrenta medidas cautelares da Justiça, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Lideranças da oposição também se manifestaram. O presidente da Comissão de Segurança Pública, Paulo Bilynskyj (PL-SP), classificou a decisão como um cerceamento da liberdade de expressão. Já Felipe Barros (PL-PR), da Comissão de Relações Exteriores, prometeu mobilização popular: “Voltaremos às nossas bases e conversaremos com a militância para mobilizar o povo a se manifestar nas ruas”.
Mesmo com o cancelamento das sessões, os parlamentares afirmaram que continuarão protocolando requerimentos nas comissões. Em protesto, exibiram uma faixa em apoio ao ex-presidente dos EUA, Donald Trump, dentro da Câmara.
O episódio evidencia o clima de tensão entre governo e oposição, que promete se intensificar mesmo durante o chamado “recesso branco”. A ala bolsonarista vê nas restrições uma tentativa de enfraquecer sua articulação política e promete resistência total.