O ministro dos Transportes, Renan Filho, integrante do governo Lula, saiu em defesa da CazéTV após o canal se tornar alvo de um boicote promovido por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. A polêmica teve início após o humorista Marcelo Adnet fazer piadas durante uma transmissão ao vivo na plataforma, ironizando medidas cautelares impostas pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, a Bolsonaro — entre elas, o uso de tornozeleira eletrônica.
Adnet, em tom de sátira, simulou uma operação da Polícia Federal na casa do apresentador Casimiro Miguel, fundador da CazéTV, e brincou ao dizer que encontraram um pen drive no banheiro revelando a “verdadeira dona” do canal, sugerindo sarcasticamente que seria a TV Globo. Em outro momento, ironizou a tornozeleira de uma “repórter reborn”, impedida de falar por “ter feito besteirinha”.
As piadas geraram forte reação de influenciadores bolsonaristas, que iniciaram um movimento nas redes sociais para que seguidores deixassem de acompanhar o canal no YouTube, em uma tentativa de descredibilizar a plataforma. A CazéTV, no entanto, optou por não comentar oficialmente o episódio.
Renan Filho criticou duramente a tentativa de boicote, classificando-a como um ataque à livre iniciativa brasileira e à democratização do acesso ao conteúdo esportivo gratuito. “Querem boicotar o Pix, que ajuda milhões de brasileiros, querem boicotar a CazéTV, que democratizou o acesso a transmissões esportivas, de graça. São boicotes sistemáticos promovidos pela direita para atender a interesses internacionais”, afirmou o ministro.
A declaração de Renan evidencia a tensão crescente entre setores da direita e veículos de comunicação que adotam tom crítico ou humorístico em relação ao ex-presidente e seus aliados. A CazéTV, que ganhou notoriedade por transmitir eventos esportivos com linguagem acessível e descontraída, agora se vê no centro de um embate político inesperado.