O ex-presidente Jair Bolsonaro classificou como “perseguição” e “maldade” a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) na Itália. A declaração foi feita durante uma conversa com os deputados Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, e Hélio Lopes (PL-RJ), em seu escritório político na sede do PL em Brasília.
Segundo Sóstenes, Bolsonaro havia acabado de retornar de uma motociata em Brasília quando foi informado da prisão. “É muita perseguição e maldade com ela. Foi a frase dele”, relatou o parlamentar. A prisão de Zambelli ocorreu em Roma, onde ela se encontrava desde que fugiu do Brasil após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Zambelli foi sentenciada a 10 anos de prisão e à perda de seu mandato parlamentar por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ação foi realizada em parceria com o hacker Walter Delgatti. Após a condenação, a deputada viajou para a Itália, país do qual também possui cidadania, dificultando o processo de extradição solicitado pelo governo brasileiro.
A defesa de Zambelli afirma que ela se entregou voluntariamente à polícia italiana, versão que contrasta com a apresentada pela Polícia Federal do Brasil e pelo deputado italiano Angelo Bonelli. Bonelli afirma ter sido o responsável por informar o paradeiro da deputada às autoridades italianas.
O caso gerou forte repercussão política no Brasil, com aliados de Bolsonaro tratando a prisão como uma ação política, enquanto opositores destacam a gravidade dos crimes pelos quais Zambelli foi condenada. A deputada permanece detida na Itália, à espera de uma decisão sobre sua extradição para o Brasil.