Durante a segunda reunião ministerial do ano, realizada no Palácio do Planalto nesta terça-feira (26/8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a decisão dos Estados Unidos de cancelar o visto do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Lula classificou o ato como “inaceitável” e demonstrou solidariedade ao ministro, afirmando que os EUA estariam perdendo “uma personalidade de competência e capacidade”.
O encontro, que reuniu os membros do alto escalão do governo federal, teve como objetivo apresentar resultados da gestão e projetar prioridades até 2026. A reunião também foi marcada por críticas contundentes à família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente ao deputado Eduardo Bolsonaro. Lula afirmou que o envolvimento da família Bolsonaro com ações nos EUA representa “uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.
Em tom crítico, o presidente afirmou que “não existe nada mais grave do que uma família inteira, com um filho que já deveria ter sido expulso da Câmara, insuflando um outro Estado contra o Estado do Brasil”. Ele defendeu que essa situação seja enfrentada como uma “frente de batalha no campo da política”.
Durante o evento, a maioria dos ministros exibiu um boné azul com o slogan “O Brasil é dos Brasileiros”, símbolo da atual gestão. A ministra Gleisi Hoffmann foi uma das poucas exceções a não usar o acessório.
A reunião também abordou temas como o tarifaço imposto pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, a regulamentação das big techs e a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O vice-presidente Geraldo Alckmin também criticou a política tarifária norte-americana e reforçou a necessidade de diálogo permanente, defendendo a soberania nacional e a correção de distorções regulatórias.
Esta foi a segunda reunião ministerial de 2025 e a nona desde o início do atual mandato de Lula.