Um adolescente de 17 anos, está sendo investigado pela Polícia Civil de São Paulo por liderar um grupo criminoso que atuava em plataformas digitais como Discord e Telegram. O grupo é acusado de promover ataques a pessoas em situação de rua, incentivar automutilação, divulgar material infantil e fazer apologia ao nazismo.
A célula criminosa, ligada a uma organização maior chamada “Country”, também é investigada por violência contra animais e ameaças a influenciadores e profissionais da saúde mental. Um dos alvos das ameaças foi o youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, após publicar um vídeo denunciando crimes contra menores na internet. A psicóloga Ana Dornellas Chamati, que participou do vídeo, também foi ameaçada com mensagens de conteúdo extremamente violento.
O adolescente atuava em parceria com Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, preso em Olinda (PE) e apontado como um dos líderes do grupo. Juntos, eles são acusados de extorquir vítimas, vender dados sigilosos e invadir sistemas oficiais como os do Detran, da Polícia Civil, da Receita Federal e do Serasa. Em uma tentativa de retaliação a Felca, Cayo chegou a forjar um mandado de prisão falso contra o youtuber e o inseriu em um sistema judicial, embora o CNJ tenha negado qualquer invasão.
A investigação, iniciada em novembro do ano anterior pelo Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD) da SSP-SP, revelou que o adolescente induzia vítimas a se automutilarem e escreverem frases racistas com o próprio sangue. Em seu perfil, exibia imagens de Adolf Hitler e símbolos nazistas.
A Operação Nix, conduzida por forças de segurança de seis estados e do Distrito Federal, já está em sua segunda fase. A delegada Lisandréa Salvariego, coordenadora do NOAD, destacou a gravidade dos crimes e o fato de muitos pais não saberem que seus filhos estão envolvidos, seja como vítimas ou autores.