Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o narrador esportivo Galvão Bueno abriu o jogo sobre sua saída da TV Globo, onde trabalhou por mais de quatro décadas. Atualmente à frente do programa Galvão e Amigos, exibido pela Band, o apresentador relembrou momentos marcantes e tensos de sua trajetória na emissora carioca.
Galvão citou uma frase dita por Jô Soares ao deixar a Globo, destacando que “também existe vida inteligente fora da Globo”. Para ele, essa afirmação continua válida. Embora tenha reconhecido a importância da emissora em sua formação profissional, o narrador ressaltou que a parceria de mais de 40 anos também teve seus atritos.
O apresentador contou que seu desligamento estava previsto para o fim de 2022, logo após sua 13ª cobertura de Copa do Mundo. No entanto, na véspera de sua saída, foi surpreendido com um pedido do diretor executivo da Globo, Amauri Soares, para realizar novas gravações, sugerindo que ele ainda não estaria deixando a emissora.
Galvão revelou ainda que, durante dois anos, esteve sob um contrato de “no compete”, que o impedia de narrar partidas de futebol na televisão aberta. Ao final desse período, a Globo teria perguntado se ele gostaria de apresentar um novo projeto para continuar na casa, o que o narrador considerou desrespeitoso. “Achei isso um pouco de desaforo. Um pouco de falta de elegância. Eu ter que apresentar um projeto depois de 43 anos de sucesso?”, afirmou, ironizando: “Tenho um projeto: ir embora.”
A entrevista revela a mágoa de Galvão com a forma como foi tratado ao final de sua longa trajetória na emissora, apesar de seu reconhecimento pela importância da Globo em sua carreira. Hoje, ele segue explorando novos caminhos na comunicação, longe da televisão tradicional.