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Mulher larga o noivo para viver com um guerreiro africano e se arrepende

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Em 1987, Corinne Hofmann, então com 27 anos, embarcou para o Quênia em uma viagem de férias ao lado do namorado. A bordo de uma balsa rumo a Mombasa, sua vida tomou um rumo inesperado. Entre turistas e nativos, seus olhos se fixaram em um guerreiro massai de cabelos ruivos trançados, adornado com joias e apenas uma tanga. Enquanto a maioria dos viajantes apenas observava de longe a imponência dos massais cruzando a savana com seus rebanhos, Hofmann sentiu algo diferente: “Tive a vontade mais profunda de seguir aquele homem”, contou anos depois. De volta à Suíça, tomou uma decisão radical: vendeu sua butique de roupas, deixou o conforto europeu e retornou ao Quênia em busca do desconhecido.

O reencontro

Durante três meses, Corinne percorreu o país em busca de seu “massai”. Quando já estava sem esperanças, encontrou Lketinga, um jovem guerreiro samburu, em sua aldeia Barsaloi — a três dias de ônibus precário de Mombasa.

Ignorando os avisos de que mulheres na região eram menos valorizadas do que cabras, mudou-se para a manyatta do amado, uma cabana feita de gravetos e esterco de vaca. A nova vida incluía chá açucarado, carne de cabra, leite misturado com sangue e noites em ambientes escuros e enfumaçados. Hofmann permaneceu ali por três anos e meio.

Do amor à violência

O relacionamento evoluiu e resultou em casamento tradicional, com Hofmann vestindo branco. Ela só escapou da exigência da circuncisão pré-marital porque Lketinga mentiu à comunidade, afirmando que a jovem já havia passado pelo ritual na infância.

Apesar da cerimônia, as diferenças culturais e sociais logo pesaram. Corinne abriu uma pequena loja para ajudar a aldeia e comprou um veículo 4×4 para garantir abastecimento, mas enfrentou estradas difíceis, roubos e corrupção. Sua saúde também se deteriorou: malária, hepatite e desnutrição reduziram seu corpo de 1,80 metro a apenas 48 quilos.

Quando deu à luz a filha Napirai, apenas um voo de emergência salvou mãe e bebê. O amor inicial cedeu espaço a tensões insuportáveis. Hofmann ensinou Lketinga a beijar à moda ocidental, mas a intimidade permaneceu limitada. Pior ainda, o marido tornava-se cada vez mais ciumento e agressivo, influenciado por um estimulante local chamado miraa.

A relação se degradou até se tornar abusiva. Em 1990, alegando que viajaria de férias à Suíça, Hofmann fugiu com a filha e nunca mais voltou a viver em Barsaloi.

Livro e filme

Sua experiência deu origem ao livro A Massai Branca, lançado na Alemanha e que vendeu mais de 4 milhões de exemplares. Traduzida para 26 idiomas, a obra tornou-se um fenômeno literário. Nos Estados Unidos, demorou a ser publicada, pois editores temiam a recepção de uma história tão marcada pelo contraste racial. Em 2005, a diretora Hermine Huntgeburth levou a história ao cinema. O filme The White Masai, estrelado por Nina Hoss e Jacky Ido, recriou em alemão, inglês e maa tribal o drama vivido por Hofmann. “Já vi o filme seis vezes e choro em todas”, admitiu a escritora.

Nova vida

Após a fuga, Corinne reconstruiu sua vida na Europa. Com os lucros de seus livros e palestras, estabeleceu-se às margens do Lago Lugano, onde vive com Napirai. A filha, hoje adulta, revisitó Barsaloi com a mãe durante as filmagens do longa. O reencontro trouxe sentimentos mistos: Hofmann se emocionou ao rever a sogra, a quem considera como uma segunda mãe, mas também se assustou ao perceber que ainda era vista como esposa de Lketinga segundo a lei local. Hoje, ele vive com duas esposas samburu e mantém uma vida mais estruturada, em uma aldeia com escola, lojas e acesso à água potável.

Legado

Segundo o The Sydney Morning Herald, apesar das dores e traumas, Corinne reconhece a transformação que viveu na África. “Tenho orgulho de ter passado quase quatro anos com essas pessoas maravilhosas”, afirma.

Sua trajetória gerou ainda duas continuações literárias — De Volta da África e Reencontro em Barsaloi —, que expandem a reflexão sobre os limites de um amor que desafiou fronteiras culturais, sociais e emocionais.

No fim, permanece a pergunta: até onde alguém pode ir em nome de um grande amor? Corinne Hofmann mostrou que, às vezes, a resposta ultrapassa qualquer limite imaginável.

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