O governo dos Estados Unidos está considerando revogar o visto de Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, comandante do Exército Brasileiro. A medida é analisada sob a justificativa de que o general teria sido indicado ao cargo com apoio do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e que estaria alinhado com decisões do magistrado, inclusive em temas que envolvem militares.
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Relatórios do Departamento de Estado norte-americano apontam encontros entre Moraes e o general Tomás. A Casa Branca suspeita que algumas decisões do ministro no STF, que afetaram membros das Forças Armadas, teriam sido tomadas após conversas com o comandante do Exército. A possível revogação do visto integra um pacote de sanções mais amplo.
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A iniciativa pode elevar a tensão diplomática entre os governos de Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, com reflexos em acordos militares em andamento. A proposta de sanção também alcança membros da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Nesta semana, os EUA já retiraram o visto de sete autoridades brasileiras.
O general Tomás não se pronunciou oficialmente sobre o assunto. No entanto, fontes próximas ao comandante consideram a possível sanção um erro estratégico, que pode prejudicar os canais de diálogo entre os dois países. Um representante do governo Trump afirmou que as sanções não devem mudar o comportamento de Lula ou do STF, mas que novas medidas punitivas estão sendo planejadas.
Conversas obtidas pela investigação sobre tentativa de golpe de Estado também mencionam o general. Em mensagens trocadas no Instagram, o tenente-coronel Mauro Cid relatou ao advogado Eduardo Kuntz que seu pai, o general Lourena Cid, teria ouvido de Tomás que Moraes se sentia pessoalmente prejudicado por Bolsonaro.
Segundo Cid, Moraes teria dito que o ex-presidente Jair Bolsonaro “acabou com a vida dele”, informação que teria sido repassada pelo comandante do Exército ao general Lourena Cid. Esse diálogo foi citado na delação que contribuiu para a condenação de Bolsonaro.