O cantor Hungria, de 34 anos, deu entrada no Hospital DF Star, em Brasília, nesta quinta-feira (2/10), com suspeita de intoxicação por metanol. De acordo com os médicos, ele apresentou sintomas como dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão embaçada e acidose metabólica — uma condição grave que altera o equilíbrio do pH no sangue.
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Esse caso se soma a uma série de internações relacionadas ao consumo de bebidas adulteradas, cujo surto teve início em São Paulo e agora se espalha por outras regiões do Brasil.
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Curiosamente, uma das formas mais comuns de tratar intoxicações por metanol é a administração de etanol, o mesmo tipo de álcool presente em bebidas convencionais. O etanol compete com o metanol pela enzima que metaboliza essas substâncias no fígado, retardando a formação de compostos tóxicos e permitindo que o corpo elimine o metanol de forma mais segura.
Apesar disso, o tratamento ideal seria com fomepizol, um medicamento que bloqueia diretamente a enzima responsável pela metabolização do metanol, sem causar efeitos colaterais. No entanto, esse remédio ainda não está disponível no Brasil, o que limita as opções terapêuticas.
O uso de etanol como antídoto, embora eficaz, não é isento de riscos. Ele pode causar depressão no sistema nervoso central, hipoglicemia e complicações respiratórias, exigindo monitoramento intensivo em unidades de terapia intensiva.
Os primeiros sinais da intoxicação surgem em até seis horas após a ingestão e incluem sonolência, tontura, vômito e confusão mental. Entre seis e 24 horas, os sintomas evoluem para problemas visuais, convulsões e até coma. Em casos mais graves, pode haver cegueira permanente, falência renal e até morte.
O metanol, embora semelhante ao etanol, é extremamente tóxico. Quando metabolizado, transforma-se em formaldeído e ácido fórmico — substâncias que atacam o sistema nervoso e podem levar a complicações fatais. Por isso, a ingestão acidental ou intencional de metanol é considerada uma emergência médica grave.