
Cursos concorridos como medicina e direito em universidade federal, além de cargos públicos como assistente administrativo e auditor fiscal do trabalho, foram conquistados por uma mesma candidata, o que chamou atenção da Polícia Federal (PF). O currículo impressionante, que poderia ser atribuído a um talento excepcional, na verdade está sob suspeita de ter sido construído por meio de fraudes em concursos públicos.
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Lais Gisely Nunes de Araújo, pernambucana de 31 anos, está no centro das investigações da PF após ser aprovada repetidamente em concursos de alta concorrência. A suspeita aumentou após a descoberta de que seu gabarito no Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024 era idêntico ao de um ex-policial militar, Wanderlan Limeira de Sousa, apontado como líder de uma quadrilha especializada em fraudes.
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Desde 2022, Laís já havia sido citada em 14 registros de suspeita de fraude. Especialistas afirmam que as aprovações em áreas tão distintas e de alta dificuldade são estatisticamente improváveis, o que reforça a hipótese de envolvimento em um esquema criminoso. A PF acredita que ela pode ter sido uma das clientes da organização, pagando para obter os resultados.
Documentos digitais analisados pela investigação indicam que Laís tinha conhecimento prévio sobre outras fraudes, inclusive sobre a aprovação de Wanderlan em concurso do Banco do Brasil. Esses dados reforçam a ligação entre ela e o grupo criminoso.
A imagem de “superaprovada” gerou desconfiança justamente por parecer boa demais para ser real. Embora existam candidatos muito bem preparados, a combinação de tantos resultados expressivos e o padrão repetido de coincidência com outros fraudadores levantaram alertas.
A Polícia Federal segue investigando possíveis transações financeiras entre a candidata e os membros da quadrilha. Também está sendo verificado se outras aprovações obtidas por Laís ao longo dos anos foram conquistadas por meios ilícitos.
Além dela, outros candidatos com perfis semelhantes — múltiplas aprovações e gabaritos coincidentes com os de investigados — estão sendo analisados. A intenção é desmantelar toda a rede de fraudes em concursos públicos.