Localizada no maciço de Arabika, na Geórgia, a caverna de Veryovkina foi oficialmente reconhecida como o ponto mais profundo já explorado na Terra, com 2.209 metros de profundidade, marca confirmada em 2025 após 30 expedições russas. Antes de 1980, apenas os 440 metros iniciais da caverna eram conhecidos pelos cientistas.
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A profundidade é tão impressionante que o Burj Khalifa, o prédio mais alto do mundo com 843 metros, caberia duas vezes e meia dentro da caverna. O interior da Veryovkina é um ambiente hostil: escuro, úmido e com temperaturas entre 4°C e 10°C, onde rios subterrâneos serpenteiam por túneis estreitos, criando um ecossistema isolado com espécies como peixes cegos e bactérias que se alimentam de minerais.
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Um vídeo que circula nas redes sociais mostra um explorador arremessando uma pedra no abismo, cujo som do impacto só é ouvido 18 segundos depois, revelando a profundidade extrema do local. A entrada da caverna já apresenta desafios: após um portal de quatro metros de diâmetro, há um poço vertical de 32 metros seguido por passagens estreitas e trechos alagados, tudo em completa escuridão.
A região abriga outras três cavernas entre as mais profundas do planeta: Krubera-Voronja (2.140 metros), Sarma (1.830 metros) e Snezhnaya (1.760 metros), todas localizadas nas proximidades da Veryovkina. A caverna de Sarma, em especial, pode ser ainda mais profunda, mas sua exploração é recente e complexa.
Durante uma missão em 2024, uma equipe foi surpreendida por uma inundação repentina. Um dos participantes, o fotógrafo Robbie Shone, relatou à revista Lad Bible que uma torrente de água branca surgiu de forma inesperada, forçando o grupo a abandonar o acampamento e buscar abrigo em uma fenda. Apesar do susto, todos sobreviveram.
Nem todas as histórias terminam bem. O espeleólogo russo Sergei Kozeev desapareceu em 2020 após tentar explorar a caverna sozinho. Seu corpo foi encontrado em 2021, a 900 metros de profundidade, preso a uma corda. Acredita-se que ele tenha morrido de hipotermia, e o resgate durou duas semanas.
Pesquisadores acreditam que a Veryovkina ainda guarda passagens ocultas. As condições extremas e a instabilidade do terreno tornam cada expedição arriscada. Ainda assim, cientistas continuam explorando o abismo, que representa uma das últimas fronteiras naturais da Terra.