
Evitar o açúcar na infância é investimento na saúde do futuro. (Foto: Instagram)
Limitar o consumo de açúcar durante a gravidez e nos primeiros mil dias de vida da criança — fase que vai até cerca dos 2 anos e meio — pode diminuir significativamente o risco de doenças cardiovasculares na vida adulta. Essa é a principal conclusão de um estudo divulgado em outubro na revista científica The BMJ, com base em dados de milhares de britânicos.
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A pesquisa revelou que pessoas que não tiveram contato precoce com açúcar apresentaram 25% menos chance de sofrer infartos aos 60 ou 70 anos. Além disso, houve redução nos riscos de insuficiência cardíaca (26%), arritmias (24%), AVC (31%) e doenças cardiovasculares em geral (20%), em comparação com quem consumiu açúcar desde os primeiros anos de vida.
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O estudo analisou cerca de 63 mil adultos nascidos no Reino Unido no início dos anos 1950. Esse período foi escolhido porque, entre 1942 e 1953, o país impôs um racionamento de açúcar como medida de guerra, encerrado apenas em 1954. Os pesquisadores compararam os resultados de quem nasceu durante o racionamento com os de quem nasceu após o fim da restrição.
Segundo os cientistas, a exposição à limitação de açúcar nos primeiros mil dias de vida foi associada a melhores indicadores cardíacos na fase adulta, sugerindo efeitos protetores duradouros. Eles destacam que essa fase é crucial, pois os órgãos e sistemas biológicos estão em formação e definem como funcionarão ao longo da vida.
A ausência de açúcar nesse período pode fortalecer a saúde cardiovascular, já que o consumo excessivo do alimento está ligado a doenças como obesidade e diabetes. Por isso, diretrizes alimentares atuais já recomendam limitar o açúcar durante a gestação e os primeiros anos da infância.
Os autores do estudo ressaltam que seus achados podem orientar futuras pesquisas e políticas públicas. Eles sugerem que novos estudos considerem fatores genéticos, ambientais e comportamentais para desenvolver estratégias de prevenção mais eficazes e personalizadas.


