A crise interna no Botafogo ganhou novos contornos com o início de uma disputa judicial entre o clube social e a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), liderada por John Textor. A diretoria do clube social, presidida por João Paulo Magalhães, ingressou com uma ação na 23ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, exigindo o ressarcimento de R$ 155 milhões — valor correspondente a 10% da dívida de mais de R$ 1,5 bilhão declarada pela SAF — e solicitando a nomeação de um interventor para administrar a SAF enquanto durar o litígio com a Eagle Holding.
O processo também pede a suspensão da venda de jogadores durante esse período. Segundo Magalhães, o objetivo é proteger o Botafogo diante da instabilidade entre os acionistas estrangeiros e a falta de novos aportes financeiros por parte dos investidores.
Paralelamente, um áudio vazado do ex-presidente Carlos Augusto Montenegro intensificou a polêmica. Na gravação, ele acusa John Textor de tentar transferir os principais jogadores do clube ao Derby County, da 2ª divisão inglesa, time que o empresário norte-americano estaria tentando adquirir. Montenegro afirma que Textor já teria feito algo semelhante com o Nottingham Forest, para onde enviou quatro atletas do Botafogo, numa tentativa de agradar o proprietário do clube inglês.
Em resposta, a SAF do Botafogo divulgou nota oficial rebatendo as acusações. A empresa afirma cumprir todas as obrigações legais e contratuais, nega qualquer negociação em andamento com clubes britânicos e destaca os avanços esportivos recentes, como os títulos da Copa Libertadores e do Campeonato Brasileiro de 2024. A nota também defende a gestão atual, classificada como técnica e profissional, e critica os pedidos judiciais do clube social, alegando falta de base jurídica e desconhecimento das normas empresariais.
A SAF encerra o comunicado reafirmando o compromisso com a transparência, a continuidade dos projetos esportivos e a busca por uma solução pacífica com o clube social.


