A Globo lançou nesta terça-feira (25) sua primeira novela vertical, “Tudo por Uma Segunda Chance”, apostando no formato de microdrama para conquistar o público das redes sociais. Com episódios curtos de 2 a 3 minutos, lançados semanalmente, a produção foi pensada especialmente para o consumo via celular, adaptando-se ao hábito de consumo rápido e contínuo dos usuários.
O diretor Adriano Melo define o microdrama como uma narrativa ágil, com personagens e temas bem definidos, sem tramas paralelas. O objetivo é prender a atenção do espectador do início ao fim, sem pausas ou distrações. Segundo ele, trata-se de “uma novela em síntese”, que mantém o DNA da dramaturgia tradicional, mas com uma roupagem moderna e dinâmica.
A produção vertical exigiu transformações significativas nos bastidores. A lógica de gravação mudou completamente: desde o enquadramento até o uso de câmeras menores e mais leves. A cenografia, por exemplo, precisou considerar mais teto e chão no campo de visão, e os closes ganharam nova importância. Todos os setores dos Estúdios Globo, como figurino e direção de arte, tiveram que se adaptar ao novo formato.
A cenógrafa Anne Bourgeois destacou o desafio de transmitir informações essenciais em poucos segundos. Em sua visão, cada episódio funciona como uma “pílula de informação”, exigindo que o ambiente e a situação sejam identificados quase instantaneamente pelo público — algo que difere bastante das novelas tradicionais, que contam com mais tempo para contextualizar.
Apesar da inovação, Melo ressalta que o microdrama não substitui o modelo clássico de novela, mas surge como uma alternativa complementar, voltada a um público digital ou que busca histórias mais rápidas e acessíveis. “Tudo por Uma Segunda Chance” representa esse novo momento da teledramaturgia, que se adapta ao ritmo acelerado da vida moderna sem perder sua essência narrativa.


