Antes de sua prisão e da derrocada do império financeiro que construiu, o banqueiro Daniel Vorcaro encomendou um iate no valor de cerca de R$ 500 milhões (aproximadamente € 100 milhões) — um símbolo da vida de ostentação que levava. Mas a embarcação, que estava sendo fabricada por um estaleiro europeu, acabou ficando no papel depois que a Justiça se aproximou.
Vorcaro, ex-controlador do Banco Master, viveu anos entre jatos particulares, viagens internacionais, festas luxuosas e investimentos milionários — até que, em 18 de novembro de 2025, foi preso pela Polícia Federal (PF), sob acusação de fraude bilionária: emissão de títulos falsos e venda de créditos sem lastro.
Poucas horas antes da PF bater à porta, o empresário havia assinado o contrato com o estaleiro europeu para construir o superiate. A embarcação era planejada para ter design sob medida e acabamentos de alto luxo — parte de um estilo de vida exuberante que marcava sua trajetória.
No entanto, com a intervenção judicial e a liquidação extrajudicial do Banco Master decretada pelo Banco Central do Brasil, o sonho do iate virou problema jurídico. O contrato de construção está congelado, os bens de Vorcaro foram bloqueados, e há uma interdição para que ele receba ou utilize qualquer patrimônio vinculado aos negócios investigados. Ou seja: o iate provavelmente nunca será entregue.
Mesmo liberado da prisão preventiva recentemente — sob tornozeleira eletrônica e com proibição de atuar no sistema financeiro — Vorcaro vive agora uma realidade bem diferente: o luxo deu lugar a restrições judiciais, enquanto credores e autoridades tentam recuperar o que seria perdido com a falência do banco.
O caso que expôs a queda fulminante de um banqueiro bilionário acaba servindo como alerta sobre os riscos da expansão financeira sem lastro. O iate de R$ 500 milhões — um símbolo do auge de Vorcaro — virou sinônimo de impunidade judicial e fracasso de ambições grandiosas. Para muitos, o luxo eternizado nas mídias acabou enterrado junto com o orgulho do ex-banqueiro.


