A rivalidade entre Flamengo e Palmeiras ultrapassou os gramados e chegou aos bastidores do futebol brasileiro com um novo embate: o uso de gramado sintético. O presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, trocaram declarações públicas após o clube carioca protocolar uma proposta na CBF sugerindo a padronização dos gramados no país, com o fim do uso de pisos artificiais até 2027 na Série A e até 2028 na Série B.
O Flamengo argumenta que a medida traria benefícios ao futebol nacional, citando inclusive a maior incidência de lesões em gramados sintéticos. Leila Pereira reagiu com ironia, dizendo que é “louvável” o clube carioca finalmente se interessar por melhorias no futebol brasileiro, mas acusou o Flamengo de agir com “clubismo” e divulgar “fake news”. A presidente do Palmeiras defendeu o uso do gramado artificial no Allianz Parque, implementado desde 2020, e afirmou que o clube tem um dos menores índices de lesões da Série A.
Ela ainda criticou a qualidade do gramado do Maracanã e reforçou que, por ter estádio próprio, o Palmeiras tem autonomia para escolher o tipo de piso. Leila também mencionou sua outra arena, a Crefisa Barueri, que também utiliza grama sintética.
Durante o Prêmio Brasileirão 2025, Bap rebateu as críticas e reforçou a posição do Flamengo contra os gramados artificiais. Ele destacou que o Brasil caminha para ter seis estádios com esse tipo de piso, o que considera um retrocesso, já que grandes centros do futebol mundial não adotam esse modelo. “Campo de plástico, não. Essa é a posição do Flamengo”, declarou.
A discussão evidencia uma divisão crescente entre os clubes da elite do futebol brasileiro sobre infraestrutura e padronização, com implicações para a saúde dos atletas, qualidade do jogo e até mesmo interesses políticos e comerciais.


