
A situação financeira dos Correios atingiu um nível crítico, com a estatal acumulando 13 trimestres seguidos de prejuízo. Somente em 2025, o déficit alcançou R$ 6 bilhões. A deterioração nas contas começou em 2022, mas se intensificou nos dois anos seguintes, impulsionada pela queda nas receitas, aumento dos custos operacionais e mudanças no setor de entregas, como a implantação do programa Remessa Conforme, conhecido como “taxa das blusinhas”.
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O governo federal, pressionado a agir, já indicou que qualquer tipo de socorro financeiro à estatal dependerá da apresentação de um plano de recuperação robusto, com metas claras e reestruturações profundas. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (8/12) que o Tesouro está elaborando esse plano e que existe margem para um aporte da União, que pode chegar até R$ 6 bilhões.
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Segundo Haddad, o valor ainda está em negociação e poderá ser viabilizado por meio de crédito extraordinário ou projeto de lei. No entanto, ele reforçou que haverá exigências para que o plano avance, como cortes estruturais e ajustes administrativos. A empresa terá que demonstrar capacidade de reorganização para receber o apoio.
A crise foi agravada pela perda de receitas em serviços postais tradicionais e pelo aumento de despesas com juros e manutenção da estrutura. Mesmo sendo a maior rede logística do país, presente em todos os municípios, os Correios enfrentam dificuldades para manter sua operação em áreas menos rentáveis.
A introdução da “taxa das blusinhas” reduziu drasticamente o volume de encomendas internacionais, afetando um dos poucos setores da empresa que ainda crescia. A queda nesse fluxo impactou diretamente a arrecadação, que já vinha em declínio com a redução do envio de cartas e documentos físicos.
Em uma tentativa de reverter a situação, os Correios buscaram um empréstimo de R$ 20 bilhões junto a bancos públicos e privados, mas a operação foi barrada pelo Tesouro, já que os juros exigidos ultrapassavam os limites permitidos. Com isso, a estatal estuda alternativas como venda de imóveis, cortes de contratos e ampliação do programa de demissão voluntária.
O plano de reestruturação inclui o fechamento de agências deficitárias, venda de ativos ociosos e busca por novos nichos de atuação. Especialistas alertam que, sem recursos para manter a operação, a estatal pode enfrentar falhas nos serviços, o que agravaria ainda mais a perda de clientes e receitas.


