Duas ginastas norte-americanas entraram com uma ação judicial contra a USA Gymnastics e o US Center for SafeSport, acusando ambas as instituições de negligência diante de denúncias de abuso envolvendo o treinador Sean Gardner. Segundo o processo, apresentado em 1º de dezembro, os abusos teriam ocorrido principalmente em 2018, quando Gardner atuava na academia de elite Chow’s Gymnastics and Dance Institute, no estado de Iowa — conhecida por treinar atletas como Shawn Johnson e Gabby Douglas.
As atletas relatam que desde 2017 já haviam sido feitos alertas sobre comportamentos inadequados e abusivos do treinador, mas que as entidades responsáveis não tomaram medidas efetivas. A ação detalha que, mesmo com denúncias recorrentes, não houve investigação adequada, e Gardner manteve suas credenciais profissionais ativas. Além disso, as autoridades competentes não teriam sido notificadas, o que teria permitido a continuidade dos abusos.
Gardner foi preso em agosto após investigações federais encontrarem provas relacionadas à produção de pornografia infantil. Entre as evidências estão vídeos gravados por câmeras escondidas que capturavam as ginastas em momentos íntimos, como durante a troca de roupa e sessões de alongamento. O treinador se declarou inocente, e o julgamento está previsto para janeiro de 2026.
As ginastas enfatizam que as instituições esportivas falharam em sua responsabilidade de proteger as atletas, mesmo após receberem diversas denúncias. Até o momento, tanto a USA Gymnastics quanto o US Center for SafeSport não se pronunciaram publicamente sobre o caso.


