Um estudo publicado pela JAMA Network Open mostrou que 82% dos pacientes que interromperam o uso do medicamento Mounjaro voltaram a ganhar peso dentro de um ano. O levantamento se baseou em dados do estudo clínico SURMOUNT-4, com 308 voluntários, e analisou os impactos da suspensão da tirzepatida — princípio ativo do Mounjaro — em indicadores como colesterol, pressão arterial e sensibilidade à insulina.
A análise considerou apenas indivíduos que usaram o remédio por 36 semanas e perderam pelo menos 10% do peso corporal. Os dados foram coletados entre março de 2021 e maio de 2023, com revisão entre fevereiro de 2024 e março de 2025. Os resultados apontam que aqueles que readquiriram três quartos ou mais do peso perdido também perderam quase todos os benefícios metabólicos conquistados, como melhora nos níveis de colesterol e na pressão arterial. Já os que conseguiram manter o emagrecimento continuaram apresentando avanços importantes, incluindo redução da circunferência abdominal e melhora na resistência à insulina.
Os pesquisadores destacam que a obesidade é uma doença crônica e progressiva, exigindo tratamento contínuo e multidisciplinar. Isso inclui não apenas o uso de medicamentos, mas também mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e suporte psicológico.
Em nota à CNN Brasil, a farmacêutica Eli Lilly, fabricante do Mounjaro, reforçou essa visão, afirmando que “a terapia deve continuar quando houver indicação médica para a manutenção dos benefícios”. A empresa também ressaltou que mudanças no estilo de vida, isoladamente, podem não ser suficientes para garantir saúde a longo prazo, sendo necessário um suporte médico individualizado.
O Mounjaro é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 em adultos, mas também tem sido utilizado como auxiliar no processo de emagrecimento.


