As principais plataformas de streaming — como Netflix, Prime Video e Globoplay — estão adotando medidas cada vez mais rigorosas de sigilo em suas produções. O controle começa desde a concepção do projeto, passando pelas produtoras, até chegar ao elenco e à direção. Em muitos casos, os atores sequer sabem para qual produção foram escalados até serem aprovados em testes, e mesmo assim, detalhes como sinopses ou características dos personagens são ocultados para evitar vazamentos.
Apesar do aumento das exigências, os profissionais da área têm enfrentado uma realidade financeira menos favorável. Segundo relatos, os salários oferecidos atualmente são significativamente menores do que os praticados até pouco tempo atrás. Esse desequilíbrio tem gerado insatisfação entre roteiristas e atores, muitos dos quais começam a demonstrar saudades da estabilidade e valorização financeira proporcionadas pela TV aberta.
A situação revela uma mudança no modelo de produção audiovisual, em que o sigilo se tornou uma prioridade estratégica, mas que não vem sendo acompanhado por uma valorização proporcional dos profissionais envolvidos. A crítica implícita é que, embora o streaming esteja em alta, a remuneração e as condições de trabalho não necessariamente seguiram essa ascensão.
