O misterioso assassinato do empresário Adalberto Júnior, de 35 anos, encontrado morto em um buraco próximo ao Autódromo de Interlagos, em São Paulo, continua cercado de incógnitas. Adalberto desapareceu após participar de um evento de motociclismo no dia 30 de maio. Seu corpo foi localizado em 3 de junho, dentro de um buraco de dois metros de profundidade, vestindo apenas uma jaqueta e cueca, com um capacete apenas “colocado” sobre a cabeça e as mãos erguidas. Não havia sinais aparentes de violência, mas a posição do corpo e a ausência de ferimentos levantam suspeitas de que ele tenha sido colocado ali já morto ou desacordado.
Um dos principais alvos da investigação é Leandro Thallis Pinheiro, segurança e lutador de jiu-jítsu, que liderava a equipe de segurança do evento. Ele foi preso por porte ilegal de arma durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, mas liberado após pagar fiança de R$ 1.800. Além disso, Leandro é réu em um processo por fraude contra a rede Lojas Marabráz, acusado de integrar um esquema que desviou mais de R$ 212 mil em 2011. Segundo o Ministério Público, ele foi peça-chave no golpe, recebendo quase R$ 60 mil de forma ilícita.
A cronologia do desaparecimento levanta ainda mais dúvidas. Adalberto passou o dia com um amigo no evento, consumindo cerveja e maconha. Os dois se separaram por volta das 21h15, e o empresário afirmou que iria jantar com a esposa — o que nunca aconteceu. O amigo, que prestou depoimento à polícia, relatou que foi assaltado no dia seguinte, o que adiciona mais um elemento de estranheza à história.
O corpo de Adalberto foi encontrado por um operário da obra, que inicialmente pensou se tratar de um boneco. A polícia investiga o caso como homicídio, mas ainda não há conclusão sobre a causa da morte. O estado de conservação do cadáver não condizia com o tempo em que ele esteve desaparecido, o que levanta a hipótese de que tenha sido mantido em outro local antes de ser deixado no buraco.