O brutal espancamento da médica Samira Khouri, de 27 anos, por seu então namorado, o fisiculturista Pedro Camilo Garcia Castro, de 24, em Santos (SP), no dia do aniversário da vítima, reacendeu discussões sobre a violência de gênero no Brasil. Samira sofreu fratura no crânio, múltiplas lesões faciais, perdeu 50% da visão de um dos olhos e ficou com parte do rosto paralisado, necessitando de ajuda da mãe até para caminhar.
Durante a audiência de custódia, o agressor tentou justificar o ataque alegando uso de anabolizantes e medicamentos controlados, além de transtornos como ansiedade, bulimia e depressão. No entanto, a justificativa não convenceu a Justiça, e ele permanece preso.
A advogada Ingryd Souza comentou o caso, destacando que nenhuma condição emocional ou uso de substâncias justifica a violência. Segundo ela, o episódio deve servir de alerta para outras mulheres que vivem em relacionamentos abusivos e temem denunciar. “O silêncio alimenta o ciclo da violência”, afirmou, ressaltando a importância de o Estado garantir proteção efetiva às vítimas e de a sociedade não relativizar esses crimes.
A especialista também pediu mais rigor na punição dos agressores e políticas públicas mais eficazes no combate à violência doméstica. Para ela, o caso de Samira deve ser um marco para mostrar que o Brasil enfrenta uma epidemia de violência de gênero e que não se pode mais ignorar a gravidade da situação.