Diante da ausência de antídotos específicos para tratar intoxicações por metanol em São Paulo, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp informou que alternativas como hemodiálise, etanol puro e até vodca estão sendo utilizadas em caráter emergencial. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa na manhã de terça-feira (30/9).
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Segundo os especialistas, o fomepizol seria a opção mais eficaz, mas não está disponível no país. Na sua ausência, o etanol absoluto pode ser administrado por sonda ou infusão, pois impede a conversão do metanol em ácido fórmico. Quando esse ácido já está presente no organismo, o procedimento indicado é a hemodiálise para sua remoção.
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O CIATox reforça que o etanol funciona como coadjuvante no tratamento. Em situações em que o etanol absoluto não está disponível, o uso de destilados como vodca por sonda pode ser considerado. No entanto, os especialistas alertam que a automedicação com bebidas alcoólicas é perigosa e o tratamento deve ocorrer exclusivamente em ambiente hospitalar, com dosagens ajustadas conforme o quadro clínico.
Até agora, foram registrados 22 casos de intoxicação por metanol em São Paulo, sendo sete confirmados e 15 sob investigação, com uma morte confirmada e outras quatro em análise. Como resposta, autoridades interditaram o bar Ministrão, nos Jardins, e mais dois estabelecimentos — um na Mooca e outro em São Bernardo do Campo — por suspeita de comercialização de bebidas adulteradas.
Durante as operações, foram apreendidas 50 mil garrafas suspeitas e 15 milhões de selos falsificados. Um minimercado e quatro distribuidoras também estão sendo investigados. A Senad, ligada ao Ministério da Justiça, classificou o caso como um potencial surto epidêmico, alertando para os riscos à saúde pública, principalmente em contextos de consumo social de álcool.
A Senacon emitiu uma nota técnica com orientações a estabelecimentos e consumidores, destacando a importância de adquirir bebidas de fornecedores regulares, com nota fiscal e selos originais. A recomendação é não realizar testes caseiros e estar atento a sinais como odor estranho, lacres violados e sintomas como tontura e visão turva.