O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a CIA a conduzir ações clandestinas na Venezuela, como parte de uma ofensiva mais ampla contra o presidente Nicolás Maduro. A informação foi publicada pelo jornal The New York Times e confirmada por Trump. A autorização permite que a agência de inteligência realize operações que podem incluir ações letais, atuando de forma independente ou em conjunto com forças armadas americanas na região do Caribe.
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A tensão entre os dois países tem se agravado desde que o governo dos EUA passou a acusar Maduro de liderar o Cartel de los Soles, classificado como uma organização narcoterrorista envolvida no tráfico internacional de drogas. Em agosto, os EUA enviaram navios e aviões militares para áreas próximas à costa venezuelana e ofereceram uma recompensa de R$ 50 milhões por informações que levem à captura de Maduro.
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Desde então, as forças americanas têm atacado embarcações suspeitas de transportar drogas, resultando na morte de 27 pessoas. Segundo fontes da Casa Branca, o objetivo final é remover Maduro do poder. Cerca de 10 mil soldados dos EUA estão atualmente posicionados na região, incluindo bases em Porto Rico e uma frota naval no Caribe.
A autorização dada à CIA, conhecida como “autorização presidencial”, é um documento sigiloso que concede amplos poderes para ações secretas. Embora o Congresso seja informado, seus membros estão proibidos de divulgar detalhes. A CIA já tem um histórico de atuação na América Latina, incluindo participação em golpes de Estado no Brasil e no Chile durante o século passado.
O secretário de Estado Marco Rubio, também conselheiro de segurança de Trump, lidera a ofensiva contra Maduro. Em setembro, os EUA intensificaram os bombardeios contra barcos ligados a supostos narcotraficantes. O ataque mais recente ocorreu em águas internacionais, com seis mortos, conforme relatado por Trump na rede Truth Social.
A China condenou a ação americana, acusando os EUA de violar o direito internacional e interferir nos assuntos internos da América Latina. A Human Rights Watch também criticou os ataques, classificando-os como execuções extrajudiciais ilegais.
Por sua vez, a Venezuela pediu investigações internacionais, alegando que os mortos eram pescadores civis. Em resposta, o país iniciou uma nova mobilização militar em áreas costeiras e estuda decretar estado de emergência, o que daria poderes ampliados a Maduro.