
Idosos que comem sozinhos têm maior risco de má nutrição e fragilidade, aponta estudo. (Foto: Instagram)
Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade Flinders, na Austrália, revelou que idosos que fazem suas refeições sozinhos tendem a ter uma alimentação de menor qualidade e apresentam mais sinais físicos relacionados ao envelhecimento. O estudo, divulgado nesta quarta-feira (19/11), analisou dados de 24 pesquisas anteriores, envolvendo 80 mil idosos de 12 países diferentes.
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A revisão científica, publicada na revista Appetite, indicou que, na maioria dos casos, comer sem companhia está ligado a um estado nutricional inferior. Apenas cinco dos estudos analisados não encontraram relação negativa entre refeições solitárias e indicadores de saúde.
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Entre os principais problemas identificados estão a baixa variedade alimentar, menor consumo de frutas, vegetais e carnes, além de maior risco de fragilidade e perda de massa muscular. Os autores da pesquisa destacam a importância de ações sociais que promovam refeições em grupo para melhorar a saúde dos idosos.
A nutricionista Caitlin Wyman, que liderou o estudo, explicou que já se sabia que solidão e isolamento impactam o apetite, mas agora foi possível medir os efeitos nutricionais e físicos dessa prática. Segundo ela, idosos que comem acompanhados tendem a se alimentar melhor e com mais prazer.
Alterações sensoriais e menor percepção de fome, comuns com o avanço da idade, tornam os idosos menos propensos a preparar refeições complexas. Por isso, a interação social durante as refeições pode ser um estímulo importante para melhorar seus hábitos alimentares.
Os pesquisadores sugerem que os achados devem orientar políticas públicas voltadas à alimentação na terceira idade, como o incentivo a restaurantes comunitários e programas de refeições coletivas.
Além disso, avaliações simples sobre o contexto social das refeições podem ajudar profissionais de saúde a identificar idosos em risco e a desenvolver planos nutricionais mais eficazes, indo além das medições tradicionais de peso e massa muscular.
Para Wyman, comer em companhia vai além da nutrição: promove prazer, conexão e bem-estar, sendo uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida dos idosos que vivem sozinhos.


