
Contêineres coloridos aguardam embarque em porto brasileiro; exportadores enfrentam obstáculos tarifários nos EUA. (Foto: Instagram)
Na última sexta-feira (14/11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a diminuição em 10% de tarifas sobre produtos de exportação de diversos países. A decisão, no entanto, deixou o Brasil em desvantagem, já que a maior parte dos produtos brasileiros continua enfrentando uma sobretaxa de 40%. O setor produtivo nacional reagiu com apreensão, temendo perda de competitividade no mercado americano.
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A medida beneficia concorrentes internacionais ao facilitar o acesso ao mercado dos EUA, enquanto o Brasil segue penalizado. Produtos como café, carne bovina e frutas tropicais seguem com tarifas elevadas, o que compromete a competitividade dos exportadores nacionais. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, reconheceu a iniciativa como positiva, mas reforçou que as distorções continuam e que o governo seguirá negociando.
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Setores mais sensíveis ao custo, como o de frutas e café especial, já observam quedas expressivas nos embarques, com retrações que superam 50% em determinados períodos. A Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas (Abrafrutas) afirmou que a redução é um avanço, mas insuficiente, e que continuará pressionando por mais isenções tarifárias. Estimativas apontam perdas potenciais de até US$ 1,5 bilhão caso a sobretaxa permaneça.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) também avaliou a medida como limitada. A entidade destacou que a manutenção da tarifa de 40% afeta duramente setores estratégicos como o de carnes e café, e que o impacto prático da decisão ainda é incerto. O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, afirmou que é preciso avançar mais nas negociações para garantir condições justas de competição.
O governo brasileiro intensificou os esforços diplomáticos, incluindo contatos em Washington e conversas diretas entre o presidente Lula e Donald Trump. O objetivo é suspender a sobretaxa e restabelecer o equilíbrio comercial. Especialistas alertam que, se mantida, a tarifa pode causar perda permanente de mercado para concorrentes estrangeiros.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que a medida de Trump, embora positiva, é insuficiente e exige resposta coordenada do Brasil. O presidente da CNI, Ricardo Alban, ressaltou a importância de negociar para que os produtos brasileiros voltem a ter competitividade nos EUA. Alckmin também reforçou que, embora alguns setores como o suco de laranja tenham sido beneficiados com isenção total, outros continuam em desvantagem frente a concorrentes internacionais.


