Durante a transmissão ao vivo do programa Copazona, no sábado (19/7), a CazéTV, conhecida por seu conteúdo esportivo e humorístico, virou centro de uma polêmica ao ironizar tanto a operação da Polícia Federal contra Jair Bolsonaro quanto os boatos de que o canal teria ligação com a Rede Globo. O humorista Marcelo Adnet, um dos participantes da atração, simulou uma “batida policial” nos estúdios do programa, dizendo que a PF teria encontrado um pen drive no banheiro que revelaria a verdadeira dona da CazéTV: “Dica: começa com ‘plim’ e acaba com ‘plim’”, fazendo alusão à vinheta clássica da Globo.
A sátira não parou por aí. Adnet também zombou das medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes ao ex-presidente, como o uso de tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar a partir das 19h. Em outro momento, ele apresentou uma “repórter reborn” impedida de falar por estar “com a tornozeleirinha”, em referência direta a Bolsonaro.
As piadas geraram forte reação nas redes sociais, especialmente entre apoiadores do ex-presidente. Muitos usuários passaram a convocar um boicote à CazéTV, acusando o canal de “lacração barata” e de fazer deboche com quem “defende o Brasil”. Frases como “quem lacra não lucra” se multiplicaram, e influenciadores de direita anunciaram publicamente que cancelaram suas inscrições no canal.
A polêmica surge em meio à recente operação da Polícia Federal, deflagrada em 18 de julho, que investiga Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo por supostos crimes de coação, obstrução e atentado à soberania nacional. Segundo a PGR, Eduardo teria buscado apoio nos Estados Unidos para impor sanções a membros do STF, da PGR e da PF, com o aval do pai.
A CazéTV, embora mantenha seu tom humorístico, acabou entrando no centro do debate político, tornando-se alvo de críticas e boicotes por parte da ala bolsonarista, enquanto outros internautas defenderam a liberdade de expressão e o direito ao humor político.