O pastor evangélico Silas Malafaia foi incluído pela Polícia Federal na investigação que apura tentativa de obstrução de Justiça no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. A investigação também envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Um dos focos da apuração é a suposta articulação para pressionar autoridades dos Estados Unidos a aplicar sanções contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como a imposição de tarifas comerciais contra o Brasil durante o governo Donald Trump.
Malafaia reagiu com indignação à sua inclusão no inquérito e negou qualquer envolvimento com autoridades norte-americanas. “Primeiro, eu não falo inglês. Não conheço nenhuma autoridade, não tenho contato com nenhuma autoridade americana!”, afirmou o pastor, que também criticou o fato de ter descoberto sua inclusão por meio da imprensa. Ele ainda declarou: “Eu não recebi notificação nenhuma. Isso é uma vergonha. Eu não tenho medo. É livre a manifestação de pensamento e eu não vou me calar porque eu não tenho medo de vocês”.
O líder religioso é investigado por diversos crimes, incluindo obstrução de Justiça, coação no curso do processo, organização criminosa, abolição violenta do Estado democrático de direito, ações contra autoridades e envolvimento com sanções internacionais contra o país.
A investigação aponta que Jair e Eduardo Bolsonaro teriam atuado para influenciar decisões do governo Trump, como a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros e a adoção de medidas diplomáticas contra membros do STF. Malafaia, aliado próximo da família Bolsonaro, teria participado dessa articulação, o que ele nega veementemente.
A inclusão do pastor no inquérito amplia o escopo da investigação sobre a tentativa de minar instituições democráticas no Brasil, envolvendo figuras centrais do bolsonarismo em ações que teriam repercussão internacional.