Entre 2022 e 2024, a família de João Batista Inocentini, ex-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), construiu uma mansão de 519 m² com piscina e lago artificial em um sítio de 11 mil m² em Jarinu (SP). A construção coincidiu com um período de forte aumento nos descontos em folha de aposentados do INSS filiados ao sindicato, que está sob investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União na operação “Farra do INSS”.
O imóvel foi adquirido por R$ 540 mil em agosto de 2022 e, após extensas reformas, a área construída total chegou a 984 m². Além da residência principal, foram erguidos salão de festas, depósito, casa de caseiro e ampliações. Após a morte de Inocentini em 2023, a propriedade passou para sua esposa e filhas, incluindo Tonia Galleti, diretora jurídica do Sindnapi.
A reportagem aponta que, entre 2020 e 2024, a arrecadação do sindicato saltou 564%, passando de R$ 23,3 milhões para R$ 154,7 milhões. Parte desses valores vinha de descontos automáticos em benefícios de aposentados, muitos dos quais alegam não ter autorizado a filiação. Os repasses eram feitos à empresa Gestora Eficiente LTDA, ligada ao marido de Tonia e à esposa do atual presidente do Sindnapi, Milton Cavalo, que também construiu uma casa de luxo no interior paulista no mesmo período.
O Sindnapi nega qualquer irregularidade e afirma que suas contas são auditadas e aprovadas em assembleia. A propriedade da família Inocentini, segundo o sindicato, é privada e não será comentada. A CPMI da Farra do INSS no Congresso deve discutir a convocação de dirigentes do sindicato, incluindo Frei Chico, irmão do presidente Lula e atual vice-presidente da entidade.
