
Durante um culto realizado na igreja evangélica Sete Church, em Alphaville, na Grande São Paulo, o empresário Felipe Macedo Gomes, alvo de investigação da Polícia Federal por sua participação nas fraudes da chamada Farra do INSS, compartilhou seu testemunho de fé e sucesso financeiro. Ao lado da esposa e dos sócios Américo Monte e Anderson Cordeiro, também ligados ao esquema, ele relatou como sua vida mudou após começar a pagar o dízimo em 2022.
++ Milhares já estão lucrando enquanto dormem — descubra o segredo da IA
Felipe afirmou que foi incentivado por sua cunhada a ofertar o dízimo do menor de seus negócios e, dois meses depois, viu sua receita crescer 25%. Esse aumento coincidiu com a assinatura de um contrato entre a entidade Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), da qual era presidente, e o INSS, permitindo descontos em aposentadorias. A Amar Brasil arrecadou R$ 143,2 milhões entre 2022 e junho de 2024.
++ CEO que tomou boné de criança em jogo de tênis se pronuncia e causa mais revolta
A Farra do INSS veio à tona após uma série de reportagens do portal Metrópoles, publicadas a partir de dezembro de 2023. As denúncias levaram à deflagração da Operação Sem Desconto pela Polícia Federal em abril de 2024. Como consequência, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixaram seus cargos.
No culto, Felipe destacou que manteve o compromisso com o dízimo mesmo em períodos de dificuldade financeira. Ele revelou que, junto aos sócios, fazia orações durante a madrugada no escritório e acreditava que a fé foi recompensada com prosperidade. Hoje, segundo ele, o dízimo que antes vinha do menor negócio é 40 vezes maior.
“A vida do empresário aqui no Brasil é meio difícil, né? […] A gente tem bastante funcionário, graças a Deus, e a gente ficava muito preocupado por conta deles, mas eu o Anderson [Cordeiro] e o Américo [Monte], naquele momento, a gente não pensou em murmurar, mas a gente dobrou o nosso joelho, a gente fazia oração de madrugada no escritório. […] Deus falava que ia dar vitória, mas a gente não entendia […] eu sou dizimista da casa, e hoje trouxe meus sócios, que são dizimistas também”, contou.
“Assim que a gente recebe nossos recursos, a gente faz o nosso dízimo, a gente ora os três juntos, liga pro Apóstolo e pede para ele orar. […] E aquele dízimo, que era parte menor do menor negócio da minha vida, hoje ele é 40 vezes maior do que o meu primeiro dízimo colocado nesse altar”, acrescentou.
Felipe, Anderson e Américo também são sócios de Igor Delecrode, apontado como dono de uma empresa que fraudava a biometria de aposentados para facilitar os descontos indevidos. Juntos, eles controlavam quatro entidades envolvidas no esquema e levavam uma vida de luxo.
A reportagem tentou contato com os empresários por meio de suas defesas e empresas, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.