
Crise política se intensifica após atrito entre líderes da Câmara e do PT. (Foto: Instagram)
A tensão em torno do Projeto Antifacção gerou uma crise entre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (RJ). O atrito, segundo integrantes do Centrão, pode prejudicar diretamente a articulação política do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comprometer o avanço da PEC da Segurança Pública, proposta elaborada pelo Planalto para reformular o setor.
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Fontes próximas aos parlamentares indicam que não há disposição para diálogo entre os dois. A relação já era marcada por divergências, especialmente pela postura de Lindbergh de levar disputas internas da Câmara ao Judiciário. A situação piorou quando o petista criticou a decisão de Motta de entregar a relatoria do PL Antifacção a Guilherme Derrite (PP), atual secretário de Segurança Pública de São Paulo e aliado da oposição.
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Aliados de Motta afirmam que o impasse poderia ter sido limitado ao PT, mas que o governo resolveu se alinhar a Lindbergh, ampliando a crise. Já a bancada petista se sente traída pela escolha de um opositor para relatar um projeto considerado prioritário pelo Planalto, enxergando a decisão como uma tentativa de minar os avanços do governo na área de segurança pública.
O conflito ganhou visibilidade após a aprovação da proposta, com Lindbergh acusando Motta de romper a confiança entre ambos. Há críticas de que o PL Antifacção pode prejudicar financeiramente a Polícia Federal. Em resposta, Motta afirmou nas redes sociais que o governo errou ao se posicionar contra o projeto. Lindbergh, por sua vez, disse que não procurou Motta desde então, mas que o cumprimentou durante a votação, reafirmando sua posição e a do partido.
A disputa deve continuar, já que o texto do projeto ainda passará por modificações no Senado e voltará à Câmara. Enquanto isso, lideranças do Centrão alertam que o clima desfavorável pode inviabilizar a tramitação da PEC da Segurança Pública, especialmente se o ambiente continuar polarizado.
Com a relatoria da PEC nas mãos de Mendonça Filho (União-PE), considerado moderado, o governo ainda tenta salvar a proposta. No entanto, há quem diga que, se o impasse persistir, a votação pode ser adiada para além de 2025, o que afetaria também a análise do Orçamento de 2026 e os interesses dos parlamentares em relação às emendas.


