A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, nesta segunda-feira (1º/12), suas primeiras diretrizes sobre o uso de medicamentos à base de GLP-1 — popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras” — no tratamento da obesidade. A decisão ocorre diante de um cenário alarmante: mais de 3,7 milhões de pessoas morreram em 2024 por doenças relacionadas ao excesso de peso.
Medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, originalmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, vêm sendo cada vez mais utilizados para auxiliar na perda de peso. A OMS reconhece esses fármacos como ferramentas úteis no tratamento da obesidade crônica em adultos, desde que aliados a uma abordagem integrada.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da OMS, ressaltou que a obesidade é um dos maiores desafios da saúde global e que os medicamentos, embora eficazes, não representam uma solução isolada. Segundo ele, os tratamentos com GLP-1 podem beneficiar milhões de pessoas, mas é fundamental combiná-los com alimentação saudável, prática regular de exercícios físicos e políticas públicas que promovam ambientes mais saudáveis.
Jeremy Farrar, subdiretor-geral da OMS, reforçou que os remédios não devem ser vistos como uma “solução mágica”, mas sim como parte de uma estratégia ampla e contínua. A organização também alertou que são necessários mais estudos sobre a segurança e a eficácia desses medicamentos em uso prolongado.
A publicação das diretrizes marca um passo importante no reconhecimento da obesidade como uma doença crônica que exige tratamento contínuo e multidisciplinar. A OMS espera que, com a adoção dessas orientações, países possam melhorar o acesso a tratamentos eficazes e reduzir o impacto das doenças relacionadas ao sobrepeso.


