João Muniz Leite, contador que já prestou serviços para empresas de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, filho mais velho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, está entre os alvos da Operação Spare, realizada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). A ação investiga um esquema de lavagem de dinheiro por meio de postos de combustíveis associados à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência de Leite e em seu escritório, localizado no mesmo edifício onde funcionavam empresas de Lulinha, na região de Pinheiros, zona oeste da capital paulista. Segundo informações, o vínculo profissional entre Leite e o filho do presidente teria sido encerrado no ano anterior, após o contador ser citado em outra investigação, a Operação Fim da Linha, que apura a atuação do PCC no setor de transporte público.
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De acordo com o MPSP, Leite é suspeito de ter elaborado declarações de imposto de renda para Flávio Silvério Siqueira, conhecido como Flavinho, apontado como líder de um esquema de lavagem envolvendo laranjas e atividades em postos, cassinos clandestinos, imóveis e motéis. O contador também teria participado ativamente de estratégias para camuflar o crescimento patrimonial dos investigados, o que reforça sua suposta colaboração com a organização criminosa.
A Receita Federal também identificou que Leite prestava serviços contábeis para outros suspeitos, como Adriana Siqueira de Oliveira e Eduardo Silvério, cujos patrimônios aumentaram de forma suspeita. A acusação é de que o grupo utilizava empresas de fachada e nomes de terceiros para movimentações financeiras ilícitas.
Em nota enviada por seus advogados, Leite negou envolvimento com o esquema e afirmou que a investigação se baseia em uma interpretação equivocada de datas. Segundo a defesa, o contador não mantém relações comerciais com os investigados desde 2020, fato que teria sido confirmado durante a busca e apreensão.
Leite também já havia sido investigado por supostamente lavar dinheiro para o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, morto em 2021 e considerado uma das lideranças do PCC. Na época, ele e sua esposa foram premiados na loteria 55 vezes em cinco anos, o que levantou suspeitas de uso do prêmio como forma de legalizar recursos ilícitos.
Em depoimento à polícia, Leite afirmou que foi apresentado a Cara Preta por Vinícius Gritzbach, delator do PCC que foi assassinado no ano passado. O contador alegou não saber das atividades criminosas de Becheli.