O estudante brasileiro José Lucas, de 9 anos, sofreu um grave ferimento dentro de uma escola pública em Cinfães, no distrito de Viseu, Portugal. Segundo relato da mãe, Nívia Estevam, de 27 anos, o menino teve dois dedos amputados após ser agredido por colegas no banheiro da instituição, na última segunda-feira (10).
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De acordo com a família, José foi seguido por dois alunos que fecharam repetidamente a porta do banheiro sobre seus dedos, até que parte deles se desprendesse. Ele tentou pedir ajuda, mas, com dores intensas, precisou se arrastar até o corredor. Funcionárias o encontraram sangrando, mas, segundo a mãe, demonstraram despreparo e minimizaram a situação ao informar apenas que ele havia “amassado o dedo brincando”.
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Nívia relatou que só percebeu a gravidade ao ouvir, ao fundo da ligação da escola, alguém pedindo uma ambulância. Ao chegar, foi mantida fora do prédio e encontrou o filho em desespero, com a mão enfaixada e mordendo uma atadura para suportar a dor. O socorro demorou entre 30 e 40 minutos, e apenas um dos dedos amputados foi entregue aos paramédicos; o outro foi colocado em uma luva e entregue à mãe, que teve que levá-lo ao hospital.
O menino passou por uma cirurgia de três horas, mas os médicos informaram ser impossível reimplantar os dedos. Parte de um deles foi utilizada para reconstruir a área afetada. José perdeu a primeira falange do indicador e do médio, incluindo as unhas. Após o procedimento, o hospital acionou a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, que iniciou uma apuração.
Nívia afirmou que o filho já havia sofrido outras agressões na escola, como puxões de cabelo, chutes e até tentativas de enforcamento. Para ela, o menino era alvo de bullying por ser brasileiro, preto, acima do peso e recém-chegado à escola. Mesmo diante da gravidade, funcionários continuaram tratando o caso como “brincadeira”.
A assistente social recomendou que José fosse retirado da escola imediatamente. A mãe procurou a polícia, mas foi informada de que o caso seria tratado como acidente. Sem respostas efetivas, a família decidiu deixar o distrito e se mudar para a casa dos sogros. A direção da escola abriu investigação interna, mas autoridades portuguesas e o Itamaraty ainda não se manifestaram.


